Em um organismo social, antes de qualquer entendimento sobre os processos que envolvem as expressões individuais, está a obrigação do respeito àquilo que é coletivo, sob pena do afastamento da possibilidade de modificação do ambiente.
Contudo, como muitos se afastam desta obrigação, e uma força contrária, que vem das expressões de destruição e desarmonia, ganham espaço. Forças que serão exemplificadas pela violência, medo e descontrole de objetivos, em uma tremenda perda de identidade.
A não inserção dos elementos que deveriam cumprir seus papéis, faz com esse espaço vago seja explorado por algo diferente daquilo que é proposto pelos mecanismos contemporâneos já racionalizados, de forma até mesmo científica, tornando o ambiente confuso e com tendências a serem ocupados por aquelas idéias que sejam mais sedutoras, a exemplo da experiência dos conflitos que envolveram o mundo na década de 40, no qual o ideal de valorização de uma raça e segregação de outra trouxe para uma página triste de nossa história os campos de concentração.
Não que defendamos que em primeiro lugar o conhecimento exterior em detrimento do interior, afinal o conhece a ti mesmo é primordial, mas sim, o sentido de que o respeito às responsabilidades para aquilo que nos promove a possibilidade de termos um ambiente mínimo no qual possamos nos conhecer, afinal, como no ditado popular, "saco vazio não para em pé".
Sem a necessária preocupação com o atendimento às necessidades básicas, não há como fazer a suplementação nas importantes necessidades posteriores. Contudo ressaltamos novamente, há uma inversão destes valores, que se expressam nas anomalias que vão nos destruir como humanidade se assim perdurarem.
E este problema é grave pelo fato preocupante de que aqueles que mais podem fazer para a resolução destes pontos fora da curva, pela característica que o destino lhes entregou, encerram-se em si mesmo, seguindo caminhos irreais para a realidade da maioria, comprometendo sua energia e tempo e ações outras que beneficiam em sua maioria as primícias de uma vida no país das maravilhas.
A segregação continua, os que deveriam ser os verdadeiros servidores são os exploradores das massas.
Os povos que poderiam acolher, o que nem precisaria ser de maneira definitiva, mas passageira, até mesmo como uma preparação para que aqueles que hoje se refugiam, dando a eles as ferramentas de progresso para que possam retornar aos seus países, anos mais tarde, para ajudar na reconstrução de um novo território, se comprometendo até mesmo, com o compromisso da retribuição futura, não o fazem, mas constroem novos muros para que sua população não tenha sua "economia" prejudicada.
A solidariedade tão falada nos campos da filosofia, religião, política e ciência, pouco ainda sedimentada para lutar contra o orgulho e egoísmo ufanados pelo capital, fica secundária e o sorriso de poucos se expressam em pilares de lágrimas de muitos.
O resultante de tudo isso está próximo de uma situação tenebrosa, contudo ainda há possibilidades de reformas que a evitem, mas não sem sacrifícios de todos, principalmente daqueles que mais tem o que contribuir, independente da forma exterior que isso se expressa.
Para finalizar, este pensamento do filósofo italiano Pietro Ubaldi: "Tendes, ó homens, a liberdade de vossas ações, nunca a de suas conseqüências. Sois senhores de semear alegria ou dor em vosso caminho, e não o sois de alterar a ordem da vida. Podeis abusar, porém, se abusardes, a dor reprimirá o abuso. De cada um de vossos males, fostes vós mesmos que semeastes as causas".