Será que realmente estamos preparados para enfrentar a verdade em sua essência, sem as ilusões que frequentemente criamos para suavizá-la? Será que a forma como enxergamos o mundo nos permite compreender plenamente o que está à nossa volta?
E se tudo o que consideramos certo não passar de uma metáfora para uma fração mínima do que é realmente verdadeiro?
Acreditar rigidamente em uma única perspectiva pode trazer alguma segurança, mas também nos limita diante do infinito de possibilidades oferecidas àqueles que estão abertos a ouvir os ensinamentos eternos.
Quantas vezes pessoas, arraigadas em suas próprias verdades, caminharam rumo ao abismo por não se permitirem questionar? Alertadas, muitas seguiram adiante, presas ao orgulho, sem considerar o aviso que poderia ter mudado o curso de suas vidas.
Não seria ousadia tentar definir o que é a verdade, pois talvez ainda não estejamos prontos para compreendê-la em sua totalidade. No entanto, jamais estaremos preparados se não tivermos a boa vontade de buscá-la e o desejo sincero de merecê-la.
E aqui está o ponto central: criar espaço dentro de nós para o renascimento de novas realidades. Essa transformação só acontece por meio da dúvida e do questionamento.
A dúvida, contudo, exige coragem. Abrir espaço para ela implica deixar o orgulho de lado, colocando à prova nossos pontos de vista e referências. É um exercício profundo de humildade: silenciar a voz do ego que insiste em nos convencer de que já sabemos tudo.
Recordemos um exemplo marcante: um "juiz do mundo" certa vez perguntou a um dos maiores reveladores da Boa Nova, que pisou nesta Terra: "O que é a verdade?" O sábio permaneceu em silêncio. Para aquele juiz, o silêncio poderia parecer falta de resposta, mas na realidade, revelava algo muito maior: o Sábio enxergava nele um espírito preso às próprias limitações, incapaz de receber o que não se encaixava em sua estreita visão de mundo.
Como ensinar algo sublime a quem não está pronto para ouvir? Como "lançar pérolas aos porcos", quando o orgulho e a teimosia bloqueiam qualquer entendimento?
Abrir-se ao questionamento é um ato de sabedoria. Se nossas convicções estiverem alinhadas com a verdade, elas apenas se fortalecerão com essa abertura. Caso contrário, será a oportunidade de corrigi-las, construindo um alicerce sólido tanto na Terra quanto no Céu.
Então, pergunte a si mesmo: há espaço em você para a verdade? Há perguntas vivas em seu coração, ou apenas respostas predefinidas que resistem ao novo?
Mais do que respostas, são as perguntas certas que realmente transformam.
Por isso, uma sugestão: quando decidir se abrir à dúvida, procure um ambiente tranquilo. Pense nos momentos mais felizes de sua vida, deixe seu coração se encher de amor e, então, mergulhe em sua alma. Ali, no silêncio e na sinceridade, talvez você encontre não uma resposta definitiva, mas o próximo passo para sua jornada de descobertas.
Muita Paz!
Daniel d'Assis