Meus amigos, alguns princípios são como sementes lançadas ao solo. Em um primeiro momento, permanecem dormentes, esperando o tempo certo para germinar. Esse tempo, que se alinha tanto com o momento pessoal quanto com o coletivo, é quando o solo está fértil, pronto para sustentar o embrião que, com paciência, rompe seu envoltório e começa sua jornada para se transformar em uma árvore frondosa. Para isso, é preciso que ofereçamos os fertilizantes certos, para que seus frutos se tornem abundantes e possam alimentar a sociedade com os ensinamentos mais necessários para os tempos que vivemos.
Contudo, aqueles que se colocam à frente de seu tempo, como semeadores dos princípios novos, enfrentam grandes desafios. As sementes que lançam muitas vezes não encontram terreno fértil, pois o ser humano, por sua natureza, tende a se agarrar ao conforto dos hábitos estabelecidos. A mudança, por mais transformadora que seja, traz consigo o desconforto da adaptação e o medo da instabilidade. E, como se não bastasse, muitas dessas transformações só se manifestam plenamente nas gerações seguintes, exigindo sacrifícios daqueles que, no presente, arcam com o peso da transição.
O processo é árduo, e é como uma lei da conservação do sistema comportamental. As modificações que buscamos implementar muitas vezes causam resistência, pois mexem com os pilares que sustentam a sociedade. Podemos traçar um paralelo com os grandes pensadores da história, como Sócrates, que, ao beber a cicuta, não só enfrentou a morte, mas também a incompreensão de sua sociedade. Ele foi um dos primeiros a plantar as sementes da razão e da reflexão, propondo uma visão nova e racional, em uma época ainda imersa no misticismo. Para muitos de seus contemporâneos, suas ideias eram incompreensíveis, mas, com o tempo, geraram frutos que alimentaram e nutriam o conhecimento humano por gerações.
Assim como Sócrates, muitos outros têm desempenhado o papel de semeadores, trabalhando com o propósito maior de nos conduzir ao amadurecimento como seres humanos. Nosso planeta, ainda imerso em tantas limitações, exige um esforço contínuo de todos nós. Embora os tempos de perseguição e violência pareçam distantes, ainda vivemos em uma sociedade que, por muitas vezes, resiste às mudanças necessárias para o progresso coletivo. As chamas da ignorância e da intolerância, embora mais sutis, ainda ardem em nossos dias, impedindo um avanço mais rápido e fluido.
E, no entanto, esse processo é inevitável. Como Newton dizia, o tempo universal segue seu curso, avançando irreversivelmente para o futuro, como um relógio perfeito que não se detém. O caminho para o qual estamos sendo guiados é um movimento contínuo, em que cada um de nós carrega as ferramentas e os princípios necessários para dar o próximo passo na evolução humana.
Por isso, mesmo diante de momentos de incerteza e confusão, devemos lembrar que somos, muitas vezes, portadores de revelações que, se bem compreendidas, poderão nos ajudar a enfrentar as dificuldades que surgem. O estudo cuidadoso, a experimentação prática, a boa conversação, a Boa Vontade e o trabalho coletivo são as chaves que nos permitirão superar as barreiras do preconceito, do egoísmo, do orgulho e do fanatismo. Quando estivermos atentos a esses princípios, as respostas se tornarão mais claras, as dores serão mais amenas e nossos projetos terão mais chances de ser bem-sucedidos e duradouros.
Sabemos que empreender uma transformação interna não é tarefa fácil. Contudo, ao realizá-la, estamos construindo uma fortaleza contra as adversidades do futuro. O trabalho constante no aprimoramento de nós mesmos, em sintonia com o bem comum, nos protegerá das tempestades que virão e nos permitirá continuar avançando rumo a um mundo mais justo e iluminado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário