A vida, muitas vezes, não nos oferece o que imaginamos desejar, mas nos conduz, silenciosamente, àquilo que precisamos para o crescimento da nossa alma. Somos constantemente convidados a ir além das aparências e das armadilhas do ego, que, sob a forma de desejos, nos ilude com a promessa de felicidade material e efêmera. Quando seguimos os ditames do convencionalismo e nos deixamos guiar pelas expectativas do mundo, frequentemente nos afastamos do propósito maior para o qual fomos chamados.
Aceitar nossas limitações não é fácil, mas é fundamental para a verdadeira transformação. O exame diário de nossa vida revela as áreas em que ainda precisamos mudar, onde nossos vícios e manias, frutos de um ambiente muitas vezes egoísta, precisam ser superados. Mudar, na verdade, é deixar para trás as velhas formas de ser, aquelas que nos limitam à matéria e ao ego, para buscar a verdadeira essência que reside em nossa individualidade espiritual.
A cada mudança, o mundo ao nosso redor também se transforma. É como uma estrada que se bifurca, mudando a paisagem a cada passo, mas, ao contrário de uma simples escolha material, essa mudança interna não é apenas pessoal. Ela se conecta com o universo, pois o verdadeiro despertar não é para um propósito egoísta, mas para um chamado divino que transcende as ilusões do mundo. Como nos ensina Mateus 9:16-17: "Ninguém põe remendo de pano novo em veste velha, porque o remendo tira parte da veste, e fica maior a rotura. Nem se põe vinho novo em odres velhos, porque, se o fizer, estourarão os odres, e o vinho se derramará, e os odres se perderão; mas põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam."
Assim, a verdadeira mudança é interna, profunda, e nos convida a nos desprender do velho para abraçar o novo – um novo que é, ao mesmo tempo, pessoal e coletivo. Cada um de nós tem seu caminho a percorrer, mas esse caminho não é apenas um reflexo dos nossos desejos individuais, mas do sonho maior de evolução que está além das limitações da matéria.
É preciso refletir: será que estamos realmente trilhando o caminho que é nosso, ou estamos simplesmente seguindo as expectativas que o mundo impõe? Quando estamos alinhados com nossa verdadeira essência, nossos desejos não são mais influenciados por conveniência ou pela pressão externa, mas surgem de um lugar de autenticidade espiritual. Os sonhos verdadeiros nascem dessa conexão profunda com o divino, e, ao realizá-los, não só encontramos a paz interior, como também contribuímos para a transformação do mundo ao nosso redor.
A verdadeira realização não vem da busca solitária, mas da consciência de que somos parte de algo maior. Quando seguimos o nosso caminho com consciência e amor, guiados pela espiritualidade, o que desejamos não é apenas para nós, mas para o bem coletivo. Em vez de buscar satisfazer os desejos que são ilusões do ego, buscamos a realização que vem da conexão com nossa essência divina e com o todo.
Sonhe seus próprios sonhos, mas lembre-se de que eles são parte de um plano maior, que transcende as ilusões do mundo. Quando seus sonhos estiverem alinhados com sua verdadeira missão espiritual, eles se realizarão, não apenas para o seu bem, mas para o bem de todos ao seu redor.
Muita paz!
Daniel d’Assis
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