A manifestação das coisas da alma se revela em diversas situações, cada uma delas passível de ser encarada de formas variadas, conforme a natureza de nosso interior. Algumas reações são extremas, impulsionadas pelas paixões ardentes do coração, enquanto outras se apresentam frias, fruto de um raciocínio desprovido de sentimentos. Algumas são misericordiosas, guiadas por um amor amadurecido, em contraste com outras que se alimentam de uma justiça cega, cruel e punitiva. Temos também as reações doces, aquelas provenientes de almas simples, e as amargas, que nascem de corações endurecidos pela má vontade.
Cada reação desperta uma nova ação, gerando uma cadeia de acontecimentos que moldam o que está à nossa volta. Assim, as escolhas que fazemos ao longo da vida deixam marcas que nos acompanham, tornando-se evidentes pelos caminhos que escolhemos percorrer. A lei, que é algo intrínseco a cada um de nós, revela sua maior beleza não apenas através do conhecimento intelectual ou da obediência a seus parâmetros, mas na vivência natural de seus princípios, com serenidade e harmonia interior.
Este é o ponto crucial: aqueles que atingem esse equilíbrio interior acabam irradiando sua paz e sabedoria aos que estão ao seu redor. Isso acontece de forma espontânea, seja através de uma pedagogia do coração, seja pela própria forma de viver, que se torna exemplo de transformação. Jesus, em sua passagem pela Terra, exemplificou magistralmente essa vivência. Através de suas parábolas, Ele transmitiu os ensinamentos da Lei Divina, com uma profundidade que tocava os corações e transformava vidas. Seu exemplo de vida contagiou tantos, que muitos deram suas vidas para levar adiante essa mensagem revolucionária de amor e redenção.
Quando nos colocamos à disposição do Alto, para o serviço de regeneração da humanidade, devemos agir da mesma forma: não impor a ninguém, mas oferecer os ensinamentos como um presente, para que cada um possa, com paciência, desatar os nós da própria jornada e descobrir, passo a passo, a essência divina contida na Lei. Este processo é gradual, e cada um tem seu momento de despertar, sempre com a orientação da intuição ligada ao Poder Superior.
Para aqueles que buscam a verdadeira liberdade e a libertação do espírito, a única estrada é a interiorização dos ensinamentos divinos. Esta verdade se revela nos escritos sagrados e em todos os campos do saber que conduzem ao aprimoramento moral e espiritual. Não há outro caminho senão o da prática constante da leitura, do aprendizado, do sacrifício, da concessão, do trabalho e da humildade. Esses elementos, aliados à boa vontade, nos conduzem às maiores realizações espirituais, mas, para isso, devemos passar pela porta estreita, a qual poucos conseguem atravessar, mas que, no final, todos, sem exceção, devem atravessar.
A cada ser é dado aquilo que é certo para sua evolução, no momento exato de seu despertar espiritual. A conexão com o Cosmos, a intuição sintonizada com o Poder Superior, nos permite viver em harmonia com a vida e as situações que se apresentam, ajudando-nos a tomar decisões com sabedoria.
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