Queridos Irmãos e Irmãs,
Um dos maiores desafios em nossa jornada na vida material está na constância dos nossos passos e nas escolhas que fazemos a cada momento. Nossa fragilidade, somada ao imediatismo e aos achismos, nos leva muitas vezes a traçar planos, criar expectativas e assumir compromissos pesados. Porém, muitas vezes, abandonamos tudo isso e começamos novamente do zero, repetindo esse ciclo incessante até que, um dia, nos percebemos sem a energia vital que antes tínhamos, ou sem as ferramentas que antes estavam à nossa disposição, mas que foram desperdiçadas pela falta de reflexão.
É como o viajante que recebe todo o combustível necessário para a viagem, com um carro revisado e confortável, pronto para seguir em segurança, conforme o plano que fez junto ao seu financiador. O GPS está programado, as placas indicadoras estão no lugar, os hotéis já foram reservados e os restaurantes recomendados, garantindo que tudo ocorra bem. Ele se sente feliz, pois está prestes a realizar a viagem dos seus sonhos, aquela para a qual trabalhou tanto. Mas, após alguns dias, encontra o trânsito, estradas difíceis, buracos que exigem sua atenção e reduzem sua velocidade. Começa a desanimar, perde a motivação que o moveu no início e, então, decide mudar o caminho e até o destino, abrindo mão das seguranças que tinha, correndo o risco de não ter mais combustível para chegar, nem um carro que o suporte, nem os recursos necessários.
Essa história é muito parecida com a vida. O nosso financiador é Deus, o nosso carro é o corpo, o combustível é a fé, o GPS são os nossos ideais e a programação que nos guia, as placas são os sinais representados pelos momentos da vida, os hotéis são as experiências profissionais que devemos abraçar e a alimentação são as pessoas com quem temos compromissos. E a viagem, essa nova jornada que a misericórdia de Deus nos concede.
O trânsito representa os sentimentos que precisamos aprender a lidar; a estrada difícil são os desafios cotidianos, seja no trabalho, na família ou nos relacionamentos; os buracos são as decepções que corrigem nosso orgulho e egoísmo. Esses percalços, se não forem tratados com carinho e atenção, podem nos desviar do caminho e fazer com que, desanimados, abandonemos a jornada. No impulso de usar o livre-arbítrio, corremos o risco de perder de vista a caminhada que nos levaria à realização de grandes bênçãos.
Todos nós já começamos essa viagem. E você, assim como eu, pode se perguntar: "Estou no caminho certo?" Se você consegue responder positivamente, com a tranquilidade de uma alma que cumpre suas responsabilidades, bem-aventurado é. Mantenha seus passos firmes, alimente sua fé que o trouxe até aqui e siga em frente, sem desanimar. Talvez o trânsito pesado de agora passe, os buracos desapareçam, e mais adiante você encontrará um oásis de descanso e renovação, trazendo alegria e paz para o seu coração. Então, você verá como tudo valeu a pena. As refeições serão saborosas, e você estará fortalecido depois de superar as longas distâncias.
Se, por outro lado, você tem dúvidas ou já percebe que não está no caminho certo, não se desespere. Você também chegou a um momento importante. Talvez esteja sendo convidado a parar e refletir. Se desviou do caminho por invigilância, orgulho ou egoísmo, ou mesmo por falta de atenção aos sinais, nada está perdido. O que é preciso agora é identificar onde o erro aconteceu, entender o porquê dele e como corrigi-lo. Depois, com paciência, pegue o telefone e ligue para o seu Financiador. Como dizem, Ele é bondoso com aqueles que se arrependem e buscam replanejar sua jornada.
E lembre-se, o telefone é a prece, e o número é a sinceridade de uma alma que deseja retomar seu caminho.
Desejo a todos uma boa viagem.
Paz e Luz,
Daniel d'Assis
Madrugada de Quinta-Feira, 20 de Novembro de 2014
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