Conduzido por mãos invisíveis, a filha em desdobramento espiritual encontra-se com seu amado pai em um recanto tranquilo do plano etéreo. O ambiente era permeado por uma luz suave e diáfana, que se assemelhava ao amanhecer terrestre, mas com um brilho que parecia emanar da própria essência do local.
— Papai, que alegria! Como tenho sentido sua presença como um raio de ternura que me alcança, envolvendo-me e dando-me força para seguir em meu caminho — disse a filha, sua voz emocionada.
— De onde estou, minha filha, tenho orado por você — respondeu o pai com um olhar de amor e dedicação. — Sei que as sente, pois elas partem do amor que sempre vai nos ligar um ao outro.
— E como poderia não senti-las? Sua oração me chega como ondas sutis de luz, reconfortando meu coração. No início, confesso, chorei de saudades. Mas agora compreendo que não há barreiras entre os mundos.
O pai sorriu, emanando uma vibração de ternura.
— Se ao menos pudesse ouvir as palavras que lhe dirijo...
Após uma pausa, o pai continuou:
— Não nos preocupemos com os destinos, pois eles sempre nos levarão ao lugar certo, no tempo certo. Que Deus nos guie, como sempre tem feito.
— Sim, papai, e este elo que nos une permanece, pois os laços espirituais não se desfazem com a passagem dos dias terrenos. Meu amor por você é eterno.
Houve um instante de silêncio sagrado. A atmosfera ao redor parecia vibrar em sintonia com a conversa, como se o próprio universo testemunhasse aquele encontro.
O pai então estendeu as mãos e, com um gesto delicado, materializou uma flor resplandecente, de um carmim celestial.
— Para você, uma rosa dos jardins celestiais... Receba como símbolo do amor que sempre nos unirá, seja no presente, no passado ou no futuro.
A emoção transbordava sem necessidade de palavras. A filha acolheu a flor com lágrimas rolando em seu rosto, sentindo a felicidade do reencontro. E, em um abraço invisível ao olhar humano, selaram a certeza de que suas almas permaneceriam ligadas, sempre, na jornada infinita da existência.
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